segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Bem Vindos ao Futuro!




Motoboys do canal*MOTOBOY no Campus Party 2008.


Esta semana começa o cadastramento para os motoboys tirarem o Condumoto e fazer o curso exigido pela Lei 14.491.

As inscrições pela internet para o curso que será subsidiado pela Prefeitura, será a princípio, gratuíto, para 10.000 motofretistas. Para o profissional motociclista se cadastrar ele deve acessar este LINK e se cadastrar: www3.prefeitura.sp.gov.br/smt/condumoto

Está mais do que claro, que a estratégia é boa.

Mas como diz o ditado, "casa de ferreiro, espeto de pau". Segundo o Secretário dos Transporte, Alexandre de Moraes, em dia de Audiência Pública, este é um recurso que a Prefeitura de São Paulo está criando para "ajudar" aqueles motociclistas que não tem dinheiro para pagar o Curso do Motofrete.

Obviamente, QUE TODOS, que ainda não fizeram os cursos, em tentativas fracassadas de Regulametação anteriores, vão recorrer ao Curso grátis, e com isso a Prefeitura consegue "mapear" o soldo de motoboys na Capital.

Ora, se é Lei, por que então se valer de artimanhas para convencer os trabalhadores a buscar o registro na Prefeitura. A Lei é pra se fazer valer? Ou é só um papel assinado por um Vereador - que nunca subiu numa moto - e entrou no jogo político pensando em futuros votos!

Bom, vamos deixar que os Leitores julguem estas formas de legislar, quem sabe, com o Cadastramento voluntário e o suor da equipe do Sindicato, o município economiza o dinheiro que deveria ser gasto com a fiscalização = Do contrário, vamos pensar que a Lei - que só prevê os deveres, e esqueçe os direitos - não precisa ser cumprida, já que não prestamos serviços públicos, mas operamos o serviço privado.

Enfim, a gente termina falando muitas coisas, e o importante corre o risco de ficar no silêncio.

Esta semana aconteceu a primeira edição brasileira do Campus Party. E nós motoboys estávamos lá!

Bem vindos ao futuro, caro amigos!

A participação do canal*MOTOBOY neste evento demonstra a capacidade deste grupo de motoboys se orientarem para o futuro - enquanto boa parte da Categoria ainda vive em condições quase da Idade Média - e as formas de organizações representativas ainda andam pelo Século XIX!

A questão não é apontar que nós somos melhores ou não que os outros, mas verificarmos que estamos trilhando um caminho completamente diferente daquilo que até hoje se pensou em termos de modelo de negócio envolvendo os profissionais motocilcistas.

Como disse o prof. Gilson Swchartz, comentando da parceria canal*MOTOBOY e Cidade do Conhecimento (USP), "vamos discutir e pesquisar a mobilidade 3.0. Sobrepondo a mobilidade física dos motoboy com a digital, das comunicações móvel celular. Buscando novos modelos de negócios e promovendo uma transformação da própria imagem do motoboy diante da cidade, do trabalho e de si mesmo."

Esta pesquisa que vai integrar os profissionais motociclistas do canal*MOTOBOY em uma grande comunidade, vai criar e testar serviços combinando o uso do celular e da motocicleta na malha urbana da metrópole. Os resultados da pesquisas serão divulgados junto com outros estudos até o final do ano pela Fundação Teléfonica da Espanha.

Como reza a cartilha popular, o seguro morreu de velho: então, se nós pudermos combinar o padrão cultural que o canal*MOTOBOY vem alçando, com parcerias e conteúdo, mais a possibilidade real de vermos a Categoria regulamentada, e reconhecida, tudo indicar que o futuro reserva aos Profissionais Motociclista outro patamar de melhoria de qualidade de vida - e por que não falarmos a palavra chave para o milênio que já adentramos - finalmente - : EMANCIPAÇÃO.

Bom, agora é correr MENOS e ganhar MAIS.

Agradecemos a todos que acreditaram que um dia veríamos uma "Luz no fim do túnel".

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Um dia histórico para a Categoria.




Fotos: Neka canal*MOTOBOY


De fato foi um dia especial. E finalmente começa amadurecer a percepção, que nenhuma entidade sozinha, seja ela patronal ou dos trabalhadores, pode encontrar, como uma fórmula mágica, soluções para os graves problemas da Categoria.

Foi antes de tudo uma lição. O Poder Executivo e Legislativo, frente a frente, levando a cabo toda a complexidade, que envolve uma adequada regulamentação no segmento motofretista.

Enquanto debate: todos puderam expôr seus pontos de vista.

Mas só quem esteve de corpo presente pôde compreender as possibilidades que agora se
juntam e prometem, enfim, convergir em ações práticas pelos órgãos de governo.

É importante dissernir este campo de possibilidade.

Depois que o vereador Celso Jatene abriu a Audiência Pública, passou a palavra ao secretário de transporte Alexandre Moraes, que, prestando conta das ações da Prefeitura em relação às medidas tomadas nos últimos dias, procurou mostrar os encaminhamentos dados por sua Secretaria para se encontrar um consenso e buscar uma maneira de se enquadrar os problemas, dos motociclistas, conduzindo-os a um diálogo.

Discutiu-se pontualmente aquilo que se pretende fazer. E aqui há um marco que deve ser considerado. A postura do novo secretário de governo - ainda que contradiza as falas públicas do prefeito - é de quem sabe, que não se alcançará resultado algum sem um espaço de "conversa permanente" com todos os representantes de classe. Óbviamente, acreditamos nele, que tudo vai dar nos conformes, e que a "mesa" desta "comissão permanente" se encarregará de pôr abaixo os obstáculos que se têm pela frente.

Acreditamos - sim, podemos acreditar - que algumas contradições que em nenhum momento foram expostas ao público, serão, senão superadas, pelo menos, mantidas debaixo do tapete até, como disse o Secretário, até "passarmos o período de transição", pois, "logo após o cadastramento", continua ele, seremos agraciados por uma Categoria reconhecida e uniforme.

Entretanto, quem conhece as raízes desta incrível classe profissional sabe que o problema é mais embaixo - e ficamos na boa vontade - como lembro bem a voz do vereador Senival Moura dizendo: "não tem solução a curto e a longo prazo". Sim, senhores, é preocupante. Muito.

As soluções só existem quando toda a Categoria é chamada para descutir e decidir. Assim como foram outras Regulamentações - e aqui tomo o exemplo de Goiana onde primeiro os profissionais motociclistas foram à Câmara e só depois é que se aprovou uma Lei que lhes provessem -, ou seja, pelos caminhos da democracia e respeito ao próximo! Mas, infelizmente, na maior cidade do país fomos jogamos nas amarras políticas, quê, exatamente, esta participação do motoboy (negada!) trouxe...

Tornamo-nos consertadores de algo que não foi feito por nós - e isso não é apenas a minha "opinião" - tomo aqui a fala do senhor Fernando Souza - Presidente do SETCESP - disse ele: "A classe empresarial está cansada!".

Cansada de tentativas infrutíferas, para se fazer valer a lei e se obrigar a se fiscalizar as empresas informais, mas também de perder a guerra da concorrência desleal!

Ora, este esgotamento - e só este esgotamento (mais as ameaças de vermos aprovados outras Leis ainda piores, como a do garupa e agora o veto do Código proibindo definitivamente o "corredor") foi que encheu a Casa da Municipalidade. Mas também - e isto é fundamental para qualquer leitura futura deste momento político - como consegüência direta, foi a grande manifestação que realizamos no dia 18 de janeiro de 2008 nas barras da saia da Prefeitura. A imagem fala mais alto, ela grita para além das inúmeras mortes causadas no trânsito. E só cego não vê que os interesses políticos sobre os votos dos motoboys foram despertados...

Mas, isso não é de todo negativo. Temos que aproveitar a injeção de animo da nova diretoria do Sindicato. Temos aque aproveitar e incluir o motoboy na agenda política das próximas eleições. E acima de tudo elegermos um representante legítimo da Categoria para a Câmara, como percebeu bem o diretor do DTP, o Cel. Alegrete, a base das reivindicações dos motoboys "é de cunho legislativo". E aqui posso concluir, em todas as instâncias legislativas, seja elas, municipal, estadual e federal,

Claro está que o sentimento geral ao fim da Audiência Pública era de que ela não se encerrava em sí mesma, mas, é o ponta pé CONJUNTO - e aqui eu friso bem - onde devemos estar cientes que as soluções só serão completas quando trazermos aquelas outras instâncias legislativas para o Debate. É por isto, talvez, que nosso encontro de hoje ficaram nas questões "pontuais". E que a promessa de uma "comissão permanente" também entra pela via política, deixando de ser meramente técnica, como quer nos fazer acreditar alguns: mas que isso não nos desanime!

Enfim, para concluir, este governo tem o dever de levar a cabo a Regulamentação, conforme o Projeto de Lei 14.491. Mesmo que desta vez os profissionais motociclistas não concordem como as coisas foram feita. Levar este Decreto para a Categoria tornou-se a missão número um do Sindicato - mesmo que não tenha participado de sua execução - mesmo que isso venha dissolver sua suposta força política recentemente conquistada. Quem disse que ia ser mole, enganou-se, para o bem ou para o mal.

O que podemos desejar, senão boa sorte?

Deixo aqui uma carta enviada por um leitor à Revista Veja, sobre aquela nossa matéria, ela diz mais do que podemos dizer:

"Muito oportuna a reportagem sobre a difícil convivência entre motoqueiros e motoristas. Trata-se de um problema resultante da falta de previsão e planejamento de nossas autoridades. Hoje o serviço do motoboy é essencial para a cidade e fonte de emprego de massa."
Fernando Barreto Nogueira (grifo nosso)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

É Proibido trafegar entre os carros - JT (01/02/08)














Foto: Evelson de Freitas - Agencia Estado


É natural quando surge uma crise na sociedade, a gente dar ouvido as pessoas mais velhas. Um problema tende a ser mais palatável quando verificado, a partir da opinião, e as autoridades são, na maioria das vezes, responsáveis por emitir pontos de vistas que cabe a imprensa relacioná-los, criando-se, assim, um senso de opinião pública - que não fique apenas no senso comum - mas reflita às contradições.

Ao ler as '4 perguntas' feitas pelo JT (01/02/08) ao Ministro das Cidades, ficamos de cabelo em pé, sobre a forma com que são reabertos os temas que constam na legislação.
O artigo (vetado) que proibe a circulação de motos entre os automóveis - que constava no antigo Código, mas que de fato não vigorava - voltou à tona. Agora faz-se uma consulta para derrubar aquele veto como se fosse o único responsável pela calamidade pública que se tornou as mortes de motociclistas em cada município desse país. De novo tenta-se aparar o sol com a peneira. Outra vez, vão-se combater os efeitos, e esquecem-se as causas. Novamente, vemos pessoas que não tem a mínima noção sobre a matéria do trânsito, decidindo sobre nossas vidas:

JT - "E o senhor defende a derrubada do veto por quê?"
MC - MARCIO FORTES -: "Para mim, ônibus, caminhão, automóvel é tudo a mesma coisa. Todos os veículos devem usar a mesma faixa, sem exceções. O problema é que alguém disse aos motociclistas que aquela faixa pintada no chão é para eles trafegarem. Precisam entender que não é. A faixa está lá para separar as pistas"

Ou seja, segundo a "opinião" do Sr. Ministro, é tudo igual.


Grata surpresa foi abrir o caderno semanal do Estadão e ver uma frase do presidente do sindicato dos motoboys, e olha o espanto:

"Não faz sentido. A moto vai deixar de ser moto. Agora vamos parar o Brasil" - Gilberto dos Santos


Sim não faz sentido. Chega um momento que pensamos que estamos em outro mundo. Mas quem está fora da realidade? O Ministro, que esquece que a mobilidade da moto deve ser parte do trânsito, e não meramente ter parte no trânsito? Os políticos que engabelam os fundos que deveriam ser aplicados nas vias públicas e com educação no trânsito? Os representantes dos motoboys e mototaxistas que não vêem a necessidade de se abrir uma discussão nacional sobre todos os pontos da legislação trabalhista - reconfigurando assim a tipologia dos serviços prestados a comunidade pelos trabalhadores motocilcistas?

Onde estamos? Será que de nada vale a regra que cada um é responsável pelo outro no trânsito? Que o maior deve protejer o veículo menor? Que se esquecermos este princípio ético estamos perdendo a noção básica de cidadania, e que a pseudo-equivalência que o senhor Marcio prega ela não apenas não é real, como vai contra as leis da física dos auto-móveis e outros utilitários de nosso trânsito.

Para onde vamos? Não vamos... o veto não vai ser derrubado (assim como aquele outro dos garupas, lembram?) Mas que temos que entrar imediatamente neste debate, isto é necessário, mesmo por que ninguém pode nos substituir - seja no trânsito, seja no palanque!

Aproveito neste ponto para deixar outra frase, não minha, que eu não produzo "opinião", no máximo, trato de conceitos, mas de um velho senador norte-americano chamado Ted Kennedy, sobre a questão política por excelência: quem tem razão? Quem está mais preparado, sobre a melhor condução desse diálogo.

Ele diz - "Chegou a hora de uma nova geração assumir a liderança do país. Chegou a hora de Barack Obama"

sábado, 2 de fevereiro de 2008

O trânsito brasileiro está matando cada vez mais motociclistas.

- Diálogo com um amigo que me enviou isso:

"O número de mortes de motociclistas subiu 83% de 2002 a 2006, quando passou a representar 25% das vítimas de acidentes fatais de transporte no País. O total de casos chegou a 6.829 em 2006, ano em que 5,5 milhões de motos circulavam no Brasil, conforme o Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros. Em acidentes com carros morreram 7.440 pessoas, mas a frota de automóveis chega a ser três vezes maior. O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luís Paulo Telles Barreto, disse que o governo pode proibir que motociclistas circulem entre as faixas de carros.
"Os pedestres continuam sendo as principais vítimas do trânsito (morreram 9,4 mil, em 2006), mas as mortes de motociclistas aumentaram", avaliou o pesquisador Julio Jacobo Waiselfizs. Barreto atribuiu esse crescimento ao aumento do número de motocicletas em circulação - que subiu para 7,6 milhões no fim do ano passado. "Sei que 2007 foi o ano recorde de venda de motos no Brasil."
Barreto admitiu que a autorização dada pela lei para que os motociclistas circulem entre as faixas de carros fez crescer o número de acidentes. Antes do Código de Trânsito Brasileiro, dez anos atrás, a lei proibia motoqueiros de passarem entre os carros. Segundo o secretário, essa é uma regra que o ministério estuda mudar no pacote de ações contra a violência no trânsito, a ser apresentado amanhã." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Nos motociclistas somos vitimas da violencia no transito provocado em grande parte pelos carros(que deveriam arcar com a maior parte do aumento dessa conta) assim como os pedestres que são as maiores vitimas. Mas os lobistas com suas campanhas publicitarias e suas ações governamentais estão tentando dificultar a vida dos motociclistas ,como os aumentos abusivos do seguro do DPVAT a 3 anos quando ja pagavamos 50% a mais do que os carros. Ou seja nos as vitimas e que pagamos as contas"

De sua opinião e me reenvie.


Wilson

++

Resposta:
Olá Wilson,

Isso que você apontou tem causas mais profundas. Veja, como é de conhecimento público o sistema de reajuste das apólices estão vinculados ao grau de risco, no valor agregado aos cotistas. Se ficou comprovado que temos sacado mais o seguro, então ele subirá, ou seja, "o seguro morreu de velho".
Em relação as injustiças que você aponta, eu sinceramente, não compartilho dessa vitimação do motoboy como podemos observar na fala de alguns líderes que os representam. Ao contrário, eu os vejo como Profissionais Motociclistas, autônomos em suas decisões sobre o que é melhor para eles - tanto é real, isso, que até hoje nenhum governante conseguiu enquadrar a Classe nessas leis de gabinete.
A minha contribuição, se posso dar alguma, é que somente apoiando os movimentos legítimos desses Profissionais poderemos ver um dias eles não sendo arremessados de um lugar para outro, na mão dessas pessoas. Assim como no trânsito, eles juntamente com os outros motociclistas, formam uma categoria de condutores, que devem se manifestar a respeito de tudo isto - mas, principalmente, exigir do Poder Público medidas que realizem no trânsito a cidadania - ou seja, uma ampla e duradoura Campanha de Educação no Trânsito - afinal, dinheiro recolhido pelas multas EXISTE!

Falta, enfim, uma verdadeira liderança para fazer jús as nossas reivindicações você não acha?

Eliezer

canal*MOTOBOY

canal*MOTOBOY
Coletivo Canal Motoboy