segunda-feira, 26 de maio de 2008

A grande revolução dos motoboys



Foto: Tadeu canal*MOTOBOY



Não dá para ficar indiferente a um recente artigo que saiu no Le Monde Diplomatique, em sua página na web, aqui na Brasil, onde, pela primeira vez, surge reflexão séria sobre o atual "movimento dos motoboys". Ignorar sua leitura torna-se-ia um mau cuidado não só em relação a si, como, um descaso considerável em relação aos “profissionais das duas rodas”, já que todos devemos estar atentos ao que pensa esta jovem Categoria.

Neste artigo, há algo que temos que observar com todas as letras, ou outras lentes, e merece o desafio. Para aqueles que já se ligaram neste "movimento", acredito que, depois dessa leitura, perceberá o novo sentido que ganha a luta dos motoboys, seja por seu reconhecimento, ou por seus direitos.

Se digo, é por boas razões. Primeiro, sua leitura trás novo alento a quem não via luz no fim do túnel, ou seja, os motoboys estão se mobilizando e criando sua própria história.

Mas deixo para vocês tirarem suas próprias conclusões. Para além de qualquer ressalva, quero crer que, abarcar todo o significado que o autor deu, ao escreve este artigo, foi uma forma de engrandecer a nossa luta, mas também por basear suas impressões na recente mobilização dos motoboys aqui em Sampa, e também por conhecer a realidade de muitos destes nessa grande metrópole; tentou mostrar que algo como organizar uma semana de cultura motoboy, que eles próprios, os motoboys realizaram, tem um significado muito grande, tanto para a história dessa categoria, como para a própria cidade, que vai cedendo aos movimentos destes personagens acelerados e responsáveis, cabe aos intelectuais compreenderem este fenômeno.



- Site de Motoboys na Internet - Foto Neka canal*MOTOBOY


Vale a leitura. Mas não devemos ter ilusões, o texto é inteligentíssimo e não entrega ao leitor o argumento fácil. Mas este texto, que tem o dom de tocar em toda a complexidade do imaginário do motoboy, que possibilita pensá-lo, a partir da cultura, deve abrir caminhos para outros textos. Virão não um, mas muitas outros textos e é através de análises como esta, que podemos dizer que, sobre a totalidade desse "movimento", o autor deste artigo tem muito a dizer. E é isso que importa.


O que sugere então que, quando estas análises sobre os motoboys surgirem, virem a luz, ao se somarem umas as outras, possamos enfim vislumbrar um futuro condigno de grandes mudanças para estes profissionais motociclistas?

É correto pensar assim, mas serão eles os porta-vozes desse novo tempo.

Agora, se estas experiências afetarão o modo como é feita a política hoje, isso não temos dúvida, de alguma forma ela vai pôr em xeque a 'política do território'. Mais que um embate ideológico, talvez essa mobilidade aliada as teias virtuais criadas a partir da redes informacionais, levarão a um questionamento da forma atual de representação opaca, que vemos e pouco faz pelos profissionais motociclistas.

Mas, temos de abrir mão de qualquer interpretação apressada.

Enfim, o bom de deixar estes pequenos comentários aqui, talvez, seja uma forma de chamar a atenção e nos apegar ao texto do colunista do Le Monde, Eleilson Leite, sua leitura, é mais importante que nossos cometários.

Trata-se daqueles trabalhos crivados de observações a partir das manifestações culturais dos motoboys, por isso, penso que é fundamental ter a mente aberta e calma, seja por respeito aos Leitores interessados no assunto mas também pela riqueza de análise sobre o objeto: no caso a cultura que nasce com esse "movimento dos motoboys". Ela tem muito a dizer. Então boa leitura.

http://diplo.uol.com.br/2008-05,a2403

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Coletivo Canal Motoboy