quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Um dia histórico para a Categoria.




Fotos: Neka canal*MOTOBOY


De fato foi um dia especial. E finalmente começa amadurecer a percepção, que nenhuma entidade sozinha, seja ela patronal ou dos trabalhadores, pode encontrar, como uma fórmula mágica, soluções para os graves problemas da Categoria.

Foi antes de tudo uma lição. O Poder Executivo e Legislativo, frente a frente, levando a cabo toda a complexidade, que envolve uma adequada regulamentação no segmento motofretista.

Enquanto debate: todos puderam expôr seus pontos de vista.

Mas só quem esteve de corpo presente pôde compreender as possibilidades que agora se
juntam e prometem, enfim, convergir em ações práticas pelos órgãos de governo.

É importante dissernir este campo de possibilidade.

Depois que o vereador Celso Jatene abriu a Audiência Pública, passou a palavra ao secretário de transporte Alexandre Moraes, que, prestando conta das ações da Prefeitura em relação às medidas tomadas nos últimos dias, procurou mostrar os encaminhamentos dados por sua Secretaria para se encontrar um consenso e buscar uma maneira de se enquadrar os problemas, dos motociclistas, conduzindo-os a um diálogo.

Discutiu-se pontualmente aquilo que se pretende fazer. E aqui há um marco que deve ser considerado. A postura do novo secretário de governo - ainda que contradiza as falas públicas do prefeito - é de quem sabe, que não se alcançará resultado algum sem um espaço de "conversa permanente" com todos os representantes de classe. Óbviamente, acreditamos nele, que tudo vai dar nos conformes, e que a "mesa" desta "comissão permanente" se encarregará de pôr abaixo os obstáculos que se têm pela frente.

Acreditamos - sim, podemos acreditar - que algumas contradições que em nenhum momento foram expostas ao público, serão, senão superadas, pelo menos, mantidas debaixo do tapete até, como disse o Secretário, até "passarmos o período de transição", pois, "logo após o cadastramento", continua ele, seremos agraciados por uma Categoria reconhecida e uniforme.

Entretanto, quem conhece as raízes desta incrível classe profissional sabe que o problema é mais embaixo - e ficamos na boa vontade - como lembro bem a voz do vereador Senival Moura dizendo: "não tem solução a curto e a longo prazo". Sim, senhores, é preocupante. Muito.

As soluções só existem quando toda a Categoria é chamada para descutir e decidir. Assim como foram outras Regulamentações - e aqui tomo o exemplo de Goiana onde primeiro os profissionais motociclistas foram à Câmara e só depois é que se aprovou uma Lei que lhes provessem -, ou seja, pelos caminhos da democracia e respeito ao próximo! Mas, infelizmente, na maior cidade do país fomos jogamos nas amarras políticas, quê, exatamente, esta participação do motoboy (negada!) trouxe...

Tornamo-nos consertadores de algo que não foi feito por nós - e isso não é apenas a minha "opinião" - tomo aqui a fala do senhor Fernando Souza - Presidente do SETCESP - disse ele: "A classe empresarial está cansada!".

Cansada de tentativas infrutíferas, para se fazer valer a lei e se obrigar a se fiscalizar as empresas informais, mas também de perder a guerra da concorrência desleal!

Ora, este esgotamento - e só este esgotamento (mais as ameaças de vermos aprovados outras Leis ainda piores, como a do garupa e agora o veto do Código proibindo definitivamente o "corredor") foi que encheu a Casa da Municipalidade. Mas também - e isto é fundamental para qualquer leitura futura deste momento político - como consegüência direta, foi a grande manifestação que realizamos no dia 18 de janeiro de 2008 nas barras da saia da Prefeitura. A imagem fala mais alto, ela grita para além das inúmeras mortes causadas no trânsito. E só cego não vê que os interesses políticos sobre os votos dos motoboys foram despertados...

Mas, isso não é de todo negativo. Temos que aproveitar a injeção de animo da nova diretoria do Sindicato. Temos aque aproveitar e incluir o motoboy na agenda política das próximas eleições. E acima de tudo elegermos um representante legítimo da Categoria para a Câmara, como percebeu bem o diretor do DTP, o Cel. Alegrete, a base das reivindicações dos motoboys "é de cunho legislativo". E aqui posso concluir, em todas as instâncias legislativas, seja elas, municipal, estadual e federal,

Claro está que o sentimento geral ao fim da Audiência Pública era de que ela não se encerrava em sí mesma, mas, é o ponta pé CONJUNTO - e aqui eu friso bem - onde devemos estar cientes que as soluções só serão completas quando trazermos aquelas outras instâncias legislativas para o Debate. É por isto, talvez, que nosso encontro de hoje ficaram nas questões "pontuais". E que a promessa de uma "comissão permanente" também entra pela via política, deixando de ser meramente técnica, como quer nos fazer acreditar alguns: mas que isso não nos desanime!

Enfim, para concluir, este governo tem o dever de levar a cabo a Regulamentação, conforme o Projeto de Lei 14.491. Mesmo que desta vez os profissionais motociclistas não concordem como as coisas foram feita. Levar este Decreto para a Categoria tornou-se a missão número um do Sindicato - mesmo que não tenha participado de sua execução - mesmo que isso venha dissolver sua suposta força política recentemente conquistada. Quem disse que ia ser mole, enganou-se, para o bem ou para o mal.

O que podemos desejar, senão boa sorte?

Deixo aqui uma carta enviada por um leitor à Revista Veja, sobre aquela nossa matéria, ela diz mais do que podemos dizer:

"Muito oportuna a reportagem sobre a difícil convivência entre motoqueiros e motoristas. Trata-se de um problema resultante da falta de previsão e planejamento de nossas autoridades. Hoje o serviço do motoboy é essencial para a cidade e fonte de emprego de massa."
Fernando Barreto Nogueira (grifo nosso)

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