sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Falta o SINDIMOTO (Alemão) sair às ruas. Já está marcado data e local. Mas depois de hoje o que será? Fim de jogo? Ou vamos ter prorrogação?



Audiência Pública
na Câmara Municipal em 23/06/2007
no qual nenhum Sindicato representante dos trabalhadores compareceu.

Foto: Neka canal*MOTOBOY






Olha por onde anda a cabeça do nosso prefeito, ouça: "Segundo ele (Kassab), é "muito saudável" a categoria manter diálogo com a prefeitura". (Folha 18/01)

Essa relação parece ser, certamente, muito saudável pra ele. Haja vista que uma vez por semana ele precise montar sua agenda segundo o movimento dos motoboys, e fugir à concentração embaixo de suas janelas, e disso nós temos certeza, ele vai recuar sempre.

Notadamente, temos o seguinte resultado: ele inventa soluções (que sabe que não são aplicáveis) e as entidades, que representam a Categoria fazem desfiles pela cidade? Ou, bem assessorado que está, se finge se surdo e ignora o histórico de luta para a Categoria ser ouvida. Parece, mas não tem lógica mesmo, importante é não enfrentar o problema... contanto que estamos na mídia.

Sim, só podemos concordar que há um "diálogo", mas para tal é preciso que haja trocas, quando se comunica-se algo, entre dois falantes. A Prefeitura de São Paulo tem um longo histórico de tomar as decisões dos gabinete - foi assim desde o princípio - e dificilmente haverá acordo entre as partes, - iludem-se quem acredita nisso. Na verdade não é um problema de comunicação, porque, simplesmente, a Prefeitura é como um castelo medieval, ela ignora o Outro falante - a Categoria. Assim ela se exime do papel de promover políticas públicas de inclusão na cidadania e respeito no trânsito. Ela é assim por que a elite, a qual ela é serviu, também ignora este outro que ocupa as vias públicas, que por tradição é um espaço de exclusão, com seus capacetes - os motoboys.

Então ponto. Qual o problema das Marginais?

Primeiro. A CET tinha os estudos demonstrando os altos índices de acidentes fatais, há anos (e eu lembro até hoje o Coronel Marcondes ao meu lado no 1° Fórum Nacional dos Profissionais Motociclistas em 2.000 falando, "nossas marginais são assassinas") mas, em vez de combater as causas, vai-se aos efeitos: não se vê fiscais multando os caminhões, mas eles continuam a trafegar pelas pistas da esquerda a ólhos vistos. Por que? Porque é simples, quem controla (ou deveria controlar) o tráfego não tem autonomia política. O que é o motoboy em vista da economia do transporte por caminhões? Estudos pra se fazer uma pista exclusiva para segurança das motos... nem pensar. Manda os sobreviventes para o hospital do Estado o resto a gente enterra.

Então ponto. Garupa.

Nem deveria comentar este pequeno capítulo. Pra começo de conversa este vereador faz isto de caso pensado. Óbvio que ele está pouco se lixando pros votos dos motociclistas, ele certamente já conta com os votos das elites que querem andar em seus carrões sem medo de serem assaltadas. E olha que é muito voto. Vai ser sancionada... jamais. A produção de motocicletas no país não pode parar de crescer 25% ao ano!!! ... mas ver um só manifestante falar isso no microfone, cadê? Cadê! Não são todos motoboys ... claro está que não se pode perder o foco na hora da batalha, mas SINDIMOTO nesse país que ignora o mercado a qual ele contribui e não compreender a lógica dele e seus mecânismos de exploração, isso é imperdoável. E só é possivel libertar a Categoria, se deslindar de todas as amarras, (e também não dá pra esperar a cada cinco ano surgir um líder), pois a obra é complexa demais e o trabalho não é possivel fazer sem parerias e alinças... e Projeto. E um Projeto para a Categoria ninguém que subiu nos palanques ainda não apresentou. Projeto que tire a condição menorizada do "motoboy" e o torne de fato num Profissional. Será que estou sendo claro? (enfim, o "menino" pode virar homem, mas um homem triste, por não se ver realizado na realização dos outros. Nem é com força nem com violência, mas com inteligência e sabedoria que devemos fazer esta ponte para o futuro).

Então ponto. Comissão.

Então vão lá. O Sr. Secretário de Transporte chama os ditos representantes de classe. Todos. Nem todos. Vamos resolver "suas pendengas". Vamos formar uma "comissão". Vocês querem ser ouvidos, estamos aqui. Falem, desembuchês. Afinal, que diabo querem vocês motoboys?

Na gaveta, as Portarias prontas para serem anunciadas. Mas agora é Lei...

Outra proposta de formar "comissão", comissão para...

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Comissão para quê? Me diz? Para encher linguiça?

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Criou-se um cenário de revolta, e vamos perder a oportunidade de novo de discutir o que de FATO precisamos discutir? Que está Regulamentação só vai se concretizar se os profissionais motociclistas vislumbrarem um futuro melhor nela. E que com este clima de revolta fica impossível trazer esclarecimento para a Categoria. Que o Convênio que a Prefeitura fez com o Estado,para colocar a Polícia Mititar como fiscalizadora dos motofrentistas ferem não qualquer lei, mas os princípios éticos?


O que ninguém vê?

O que ninguèm vê é que tudo isto é puro jogo de cena.

O processo de Regulamentação vai firme e forte: agora como fazer, para fazer-se ouvir aqueles que não foram ouvidos. Incluir à mesa o que nunca foi consultado. Onde está o erro, todos se perguntam... afinal, se temos um novo SINDIMOTO, temos que considerar que havia uma demanda ai, ou seja, essa galera não saiu do nada e faz parte daqueles que nunca foram consultados sobre nada, e é legítimo que eles se expressem. É legitimo mas não é o suficiente, não se pode passar por cima daqueles que vieram antes e lutaram quando não tinha ninguém lutando e mesmo os erros não apaga os esforços em buscar ser porta-voz dos motociclistas. Por que no fundo ambos os SINDIMOTOS buscam a mesma coisa que é representar os motoboys. Mas também representá-lo diante das questões trabalhistas. Mas não se pode esquecer, e é bom para os lideres que estão chegando agora, que estes tem sua própria autonomia, suas histórias de luta, e querem ser respeitados nela, desse jeito, eles, os profissionais motociclistas, mensageiros, motoqueiros, motoboys, deliverys, etc, tem o direito de escolha de livre associação, a lei garante. Qual entidade trabalhar melhor, ou seja, como disse anteriormente, quem tiver Projeto, este profissional certamente buscará abrigo. ELE É DONO DE SUA MOTO. É proprietário do meio de produção. E como lembra o velho Marx, ele produz lucro para si, por que, ele detém o meio de produção (ainda que hoje seja dependente do processo).

(no caminhão de som o repórte me confessa, putz, e agora como faço pra distinguir os SINDIMOTOS, os dois tem o mesmo nome...)

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Temo dizer, mas o erro está na forma de representação ... formas do Séc XVII, não sei, para o Séc. XXI? não sei... e aqui pego uma frase que o Aldemir deixou no Fórum do canal*MOTOBOY, que tomo como exemplo, pois, que bom seria se os Sindicatos fizessem uma política de participação dos sujeitos nos processos de decisão, que é justamente o que não se vê, nestas formas hierarquisadas:´

"SINDICATO É ÓRGÃO DOS TRABALHADORES E DEVE SER UM ESPAÇO DEMOCRATICO E PARTICIPATIVO INDEPENDENTE DE SEU PRESIDENTE."

... pena que as vezes isso fica só no discurso... mas a frase é válida.

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Bom, quem quiser ver as fotos da Câmara Municipal sugiro dar um click no TAG "camara" na página do canal*MOTOBOY, ou este link abaixo,

http://www.zexe.net/SAOPAULO/motoboy.php?qt=7&can_actual=206&tag=261


Agora, a palavra chave é superação e união. Por que neste jogo não há ganhadores e perdedores, mas pessoas em conflito de idéias. E as idéias são diferentes justamente para podermos cotejá-las, fazer a escolha necessária, e aprendermos com as nossas que sofrem derrotas temporárias. É isso, e um bfs.

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